Todas as vezes em que uma criança é jogada para
cima por um adulto, como uma forma de diversão, ela parece adorar. Ri,
se diverte. Mas o que poucos adultos sabem é que a brincadeira pode
provocar danos neurológicos, parada respiratória, traumatismo cervical,
cegueira e até a morte dos pequenos. O mesmo pode acontecer quando são
chacoalhadas violentamente.
Conhecido como síndrome do bebê sacudido, o problema atinge
principalmente as crianças com menos de cinco anos, especialmente os
lactentes, nos primeiros 18 meses de vida, quando o organismo do bebê
está se desenvolvendo. Nervos e vasos sanguíneos são mais frágeis,
assim como as estruturas do pescoço.
De tão recorrente, a síndrome virou alvo de um projeto internacional
para preveni-lo. A campanha teve início na Austrália, já está em mais
de 150 países e foi lançada no Brasil no final do ano passado.
– A fragilidade muscular do lactente facilita essa ocorrência. Pais que
atiram a criança para o alto como uma brincadeira devem saber que isso
constitui risco e que devem utilizar outras formas de manifestar sua
satisfação com a criança e criar novas alternativas para brincar com ela
– diz o pediatra
O que é
- A síndrome do bebê sacudido é constituída por um conjunto de sinais e
sintomas decorrentes de movimentos de aceleração e desaceleração
cerebrais, causando lesões cranianas, cervicais ou vasculares. Pode
ocorrer devido a chacoalhões, brincadeiras em que a criança é jogada
para o alto, balanços intensos ou outras situações similares,
intencionais ou não.
- Os pais devem saber diferenciar a síndrome de movimentações menos
vigorosas, como embalar uma criança tranquilamente nos braços ou
sacolejar o carrinho ao andar nas calçadas.
Os danos
- A síndrome pode causar danos de curto prazo, como lesões por contato,
que causam hemorragias, fraturas cranianas e lesões no tecido
cerebral. Pode também causar lesões decorrentes da desaceleração
craniana, após forte movimento.
- Nesse caso, o rompimento vascular e a ocorrência de lesão axional
difusa podem ser as consequências que trazem encefalopatia aguda (com
perda de consciência, aumento de pressão intracraniana, apneia,
hipotonia, anemia, hematoma subdural unilateral e hemorragia
retiniana), encefalopatia hiperaguda (consequência do movimento de
chicote entre a aceleração e a súbita parada, pode causar morte
repentina) ou danos crônicos (envolve retardo mental, distúrbios de
comportamento, alterações visuais, epilepsia e alterações motoras).
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