quinta-feira, 6 de outubro de 2011

alergia das crianças ao leite de vaca

Alergia ao leite




A proteína do leite de vaca é uma das causas mais comuns de reações alérgicas em crianças nos primeiros anos de vida, com diversas manifestações como dificuldades respiratórias, vômito, sintomas dermatológicos e no sistema gastro-intestinal. Ela chega a afetar cerca de 2-3% das crianças em seu primeiro ano de vida, manifestando-se geralmente antes do primeiro mês de idade, normalmente 1 semana após a introdução de fórmulas a base de leite de vaca.
Em geral, a alergia ao leite de vaca engloba uma vasta gama de sintomas que vão desde aqueles relativamente inofensivos até manifestações de maior gravidade. Na maioria dos casos um ou dois sintomas estão presentes, com cerca de 50-60% das crianças apresentando sintomas cutâneos (na pele), 50-60% das crianças apresentando sintomas gastro-intestinais, e aproximadamente 20 a 30% das crianças manifestando algum tipo de sintoma respiratório. Alguns dos sintomas comuns incluem a dermatite atópica, cólicas, refluxo, bem como problemas gastrointestinais crônicos e agudos.
Resumimos abaixo alguns fatores que são geralmente usados para o diagnóstico da alergia ao leite de vaca (lembre-se, no entanto, que o diagnóstico somente pode ser realizado por um médico qualificado, através da análise de sintomas, exames e da resposta ao tratamento):
  • Associação dos sintomas à ingestão de leite
  • Sintomas que afetam mais um um órgão (como a pele, sistema gastro-intestinal e respiratório)
  • Histórico de Atopia na família;
  • Exclusão da possibilidade de intolerância à lactose, geralmente presente em crianças mais velhas e cujo principal sintoma é forte diarréia após a ingestão de leite de vaca;
  • Resultados positivos para testes alérgicos ou indicadores de inflamação (por exemplo exames cutâneos, exames de sangue ou detecção de eosinofilia na contagem sanguíena)
  • Tratamento para outras causas que não resultam no desaparecimento dos sintomas
Uma das chaves para um tratamento bem sucedido é o diagnóstico preciso pelo médico, seguido da eliminação completa do leite de vaca da dieta da criança e da mãe caso ainda esteja amamentando. Como substituiçã ao leite, as fórmulas de hidrolisados protéicos são amplamente usadas, embora cerca de 10% das crianças com alergia à proteína do leite de vaca sejam intolerantes a estas fórmulas e necessitam de fórmulas à base de amino-ácidos. Outras fórmulas - à base de soja, arroz ou outros leites de mamíferos não são recomendadas pela possibilidade de reações cruzadas (ou seja, reações alérgicas desencadeadas pela semelhança entre os componentes destas fórmulas e às proteínas as quais a criança é alérgica), além do fato de que podem não suprir todas as necessidades nutricionais da criança.
É importante que a dieta e tratamento sejam constatemente monitorados pelo médico da criança, para que não hajam problemas de deficiência nutricionais, como por exemplo de cálcio (que podem causar problemas no desenvolvimento e crescimento da criança) . Um diagnóstico correto, aliado ao acompanhamento médico e a educação da família em relação ao tratamento dos sintomas e possíveis reações e a manutenção de uma dieta nutricionalmente completa são necessários para a eliminação dos riscos que a alergia traz e o desenvolvimento saudável da criança.
Do lado positivo, sabe-se que a alergia ao leite de vaca normalmente desaparece nos primeiros anos de vida, com 60-75% dos pacientes tornando-se tolerantes à proteína com a idade de 2 anos e 84-87% aos 3 anos de idade. Além disso, o estudo das estratégias para prevenir o desenvolvimento da alergia ao leite de vaca têm recebido considerável interesse. Segundo a Academia Americana de Pediatria e a Academia Européia de Alergologia e Imunologia Clínica, há evidências de que o aleitamento materno exclusivo, ou a utilização extensiva de fórmulas de hidrolisados protéicos, juntamente com a eliminação de alimentos sólidos que contém produtos lácteos nos primeiros quatro a seis meses de vida podem reduzir a incidência da alergia em crianças com alto risco de desenvolvê-la (por exemplo parentes em primeiro grau com diagnóstico médico de doença atópica).

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