Com o sistema imunológico ainda em formação, os bebês são vulneráveis a doenças provocadas por bactérias, nos primeiros meses de vida. Por essa razão, todo o cuidado é pouco com a limpeza de seus utensílios
Como manter a mamadeira livre dos germes
“A higienização da mamadeira é essencial para a saúde do bebê, porque os resíduos de leite são um prato cheio para bactérias que causam enfermidades.” O alerta é da pediatra Sandra de Oliveira Campos, professora de infectologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo. Ela ressalta que a mamadeira deve ser manuseada e esterelizada adequadamente, para que não promova problemas. Mas, vale ressaltar que a prevenção deve começar com o asseio da mamãe, no momento da preparação do alimento, lavando bem as mãos.
A pediatra lista cinco dicas simples para realizar a limpeza:
- - Lave a mamadeira (garrafa e bico) com água e detergente neutro, utilizando uma escovinha própria para o procedimento ou chacoalhando o utensílio com a solução;
- -Enxágue bem até todo o sabão ser eliminado;
- -Coloque o utensílio em uma panela com água fervente por cerca de três a cinco minutos (a panela deve ser utilizada somente para este fim) ou recorra a esterilizadores próprios para o procedimento;
- -Retire a mamadeira com uma pinça de cozinha e coloque-a para secar, de boca para baixo, em um papel toalha ou em um pano limpo;
- -Quando estiver completamente seca, armazene o utensílio em um ambiente seco ou na geladeira, em recipiente fechado.
- Nunca prepare o leite para uma segunda mamada sem higienizar a mamadeira. “Ao ser utilizado uma vez, o utensílio já foi à boca do bebê e exposto às bactérias”, avisa a pediatra . “Providencie uma segunda mamadeira, um recipiente com água e leite em pó, para quando for sair de casa. Isso facilita o preparo e garantir que um alimento seguro e saudável”, orienta.
As bactérias
Alguns dos micro-organismos que agridem o organismo dos bebês são provenientes do próprio leite pasteurizado, dos utensílios contaminados ou até de mãos mal lavadas. De acordo com o microbiologista de alimentos Êneo Alves, diretor da Central de Diagnósticos Laboratoriais, em São Paulo, essas bactérias pertencem ao grupo dos coliformes fecais e totais que, em grandes concentrações, causam diarreia, febre, desidratação, fezes com sangue, e, em casos extremos, podem levar o bebê à morte, devido à fragilidade do organismo nessa fase da vida.
Mas não há motivo para pânico. O especialista explica que, em pequena quantidade, essas bactérias são inofensivas à saúde. “O grande problema é a multiplicação em ambientes favoráveis, como em alimentos não refrigerados e utensílios não esterilizados ou desgastados”, alerta.
Hora de trocar a mamadeira
De acordo com a especialista em saúde materno-infantil Ana Cristina Ribeiro Zollner, do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo, as mães precisam ficar atentas a alguns indícios de que chegou o momento de aposentar o utensílio e providenciar um novo. Observe as seguintes características:
No bico:
- A descoloração pode ser sinal de que ele está se deteriorando;
- Ao esticar a parte de cima do bico, ele deve retornar à posição original. Caso contrário, é sinal de que ele está afinando e não é mais apropriado para o uso;
- Quando adquire uma textura pegajosa, significa que está em processo de degradação e deve ser inutilizado.
- Rasgos e rachaduras podem elevar o risco de engasgos.
Na garrafa:
- Rachaduras podem facilitar o acúmulo de resíduos e favorecer a proliferação de bactérias;
- Plástico danificado representa risco de ferimentos no bebê.
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